PENSANDO ALTO
Pensando alto…
Além do crepúsculo e do
amanhecer
Olhos adormecidos dentro de
mil sonhos suspensos e perdidos
Eu acordo a espera de uma
reviravolta que nunca virá.
E este corpo que agora se
levanta desperto para uma realidade áspera
Faz o caminho do sentenciado conectado
ao tempo silencioso e acelerado
Que escorre eventualmente a
cada passo dado.
E em uma única linha de
pensamento corrompido,
Antes e depois do
desconhecido
Em breve encontrar-me-ei à
beira de um colapso perfeito…
Jamais visto por ninguém.
Pensando alto…
Eu estou tão cansado de ficar
sozinho
E de estar envolvido pelos
meus mais profundos medos.
Eu apenas tento dia após dia
sobreviver às escolhas erradas
Feitas no passado,
Engolindo uma a uma sem me
engasgar.
Eu sei que há tantas cem
coisas
Coisas sobre as quais eu devo
falar,
Mas as rosas que murcham as
folhas secas e amarelas
Que caem no chão falam por mim
Ao reproduzir em imagem
E semelhança o tipo de vida que agora eu estou levando,
E para àqueles que me
conhecem antes da minha queda,
Eu agora não sou nada além de
uma criatura em decadência,
Quebrada em pedaços pelas
circunstâncias diárias.
Pensando alto…
O amor capaz de curar está
tão distante quanto esquecido
E assim como as palavras de
salvação
Em tempos como estes às vezes nascem mortas
Todas as feridas acumuladas
ainda permanecem abertas.
E enquanto a balança que o
destino controla
Desvia-se do equilíbrio
natural de todas as coisas comuns
Instalando o caos
completamente,
A vida que eu suporto aos
poucos sede
Sobre meus ombros esmagando meus ossos.
E toda forma de necessidade
que trafega por entre os anos que passam
Voltam sempre de mãos vazias
e tudo que ainda resta é apenas dor
Transformando cada desejo de
mudar para melhor em pedra.
Oh não, realmente não é fácil
viver assim por trás da face da carência
E em busca de esperança o
tempo todo sabendo que é tudo em vão.
Diga-me o que eu sou?
Diga-me o que eu estou
tentando ser?
Diga-me o que eu deixei e por
que ainda preciso?
Diga-me o que eu almejo
alcançar?
Pensando alto...
Dentro de uma sala escurecida
por cortinas persas emboloradas,
Preenchidas com cenas de
desordem por toda parte,
O ar ao meu redor fica mais e
mais pesado,
Francamente está cada vez
mais difícil respirar.
Tudo aqui está em ruínas,
Paredes danificadas tentando
sobreviver
Aos anos que passam desmedidamente,
E no centro de tudo a alma de
um poeta corrompido
E cheio de sentimentos
descuidados sofre o dia inteiro,
Esmorecendo com os versos que
desdobram
Na melancolia de um piano azul turquesa
Sim, um instrumento que agora
transmite apenas
Notas de uma longa vida sem
amor e sem o menor valor.
De autoria de Elvis Alexandre Guedes!
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