VALHALA

Em tempos de intensa perseguição à fé cristã e de missas negras,
Não havia nenhuma tolerância apenas violência extrema.
Em tempos de paganismo e sacrilégios,
A castração de boas virtudes se espalhava rapidamente 
Como uma doença contagiosa.
Em tempos de perversidade e insanidade a doce inocência
Derramava as suas lágrimas por não suportar mais
A espera por misericórdia.

Em tempos de sacrifício e chamas púnicas o destino
Era a bandeira que tremulava no topo do mastro,
Esperando os ventos de outrora rugirem 
Fortes e selvagens novamente
Para mostrar um novo horizonte 
Para um novo recomeço além das cinzas.
Em tempos de poucas orações e compreensão,
As respostas para todas as suplicas deixaram de ser ouvidas
E o desespero aumentava e todo o ouro acumulado 
Para comprar a salvação não mais reluzia.

Em tempos de barganha talvez negociar a alma 
Fosse a única maneira
Para uma passagem mais tranquila 
Entre a superfície e a sepultura.
Entretanto em tempos de falta de sorte 
E incerteza como estes,
Sob um céu pálido e vazio de sinais divinos,
A esperança se corrompeu e tornou-se a mãe das prostitutas,
E para merecê-la era preciso desde o início 
Sobreviver ao ventre apodrecido e superar a dor e a perda…
Para senti-la entre as entranhas e conquistar o direito
De continuar vivendo antes que a fria, precoce morte chegasse
Era preciso seduzi-la e tomá-la nos braços 
Constantemente sem hesitar um segundo.

Porque por aqui, nesta terra de ninguém, a vida é silenciada
E tudo o que se ouve é a triste melodia da morte 
Ecoando entre as montanhas, florestas e mares.
Porque aqui neste lugar, até onde os olhos podem avistar 
O amor há tempos não é semeado,
E a cada ano que passa a colheita por desejo de mudança 
Fica cada vez mais escassa…
Desaparecendo do coração de cada camponês 
Guerra após guerra e talvez para sempre.

Valhala…
Valhala…
Velha e dura valhala…
Brilhante e dourada…
Tens uma forma pacífica de longe…
Mostre a estas almas agitadas 
A calmaria antes da tempestade.
Ooooh santuário dos escolhidos
Mantenhas as suas portas sagradas sempre abertas,
E nunca se esqueça de seus filhos nórdicos 
Nesta terra moribunda.
Valhala…
Valhala…
Velha e dura valhala…
Brilhante e dourada
De perto tens uma forma tão agressiva,
Com lanças e eixos de vigas,
Um telhado de palha com escudos 
E malhas de armadura espalhadas
Ao longo dos seus bancos 
E na frente de suas portas a oeste um grande lobo,
E uma águia pairando acima dele imponente,
Olhando atentamente para os campos de batalha.
Valhala…
Valhala…
Velha e dura valhala…
Brilhante e dourada,
Aqueça o sangue bárbaro que corre nas veias 
Destes guerreiros exploradores,
E liberte-os da dor e da desgraça 
Enquanto navegam em águas agitadas
E enquanto vagam por terras estrangeiras
E quando Ragnarok chegar e a morte enfim 
Envolver a todos com sua manta púrpura
Esteja desperto para as almas que marcham ansiosas 
Para em teu glorioso espaço repleto de paz descansar.

De autoria de Elvis Alexandre Guedes! 

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