DE ONDE EU VENHO

De onde eu venho para o meu desespero 
Nada se encaixa e nada muda,
De onde eu venho dar a luz a um sorriso 
Como um simples gesto de gratidão
Ainda é um enigma a ser solucionado,
E isso dilacera e muito o meu coração,
Mas já é hora de começar com algumas mudanças, 
Talvez em outro lugar,
Porque há algo em mim que acredita
Em formas diferentes de viver longe daqui.

Em terras distantes eu procurarei e acharei 
Um lugar para chamar de meu,
Aventuras de um principiante, talvez,
Mas que está determinado a tentar
Resgatar o que a muito se perdeu.

Entre as fronteiras do destino 
Que afunilam a cada milha,
Segurarei pelo gargalo o tempo 
E o espaço por onde eu passar 
Para assim poder me enraizar,
E isso não é só carência, 
É também uma questão de sobrevivência.

E quando em algum ponto fora da rota 
Eu estiver desorientado,
E nos meus olhos douradas lascas de sol 
Ofuscar as milhas adiante,
Lançarei um olhar perdido 
E cheio de fé para o horizonte
E o mesmo olhar em um efeito bumerangue retornará
Claro e certo como uma bússola,
Mostrando-me o caminho acima das montanhas 
E além dos sonhos,
E então, eu seguirei sem ter que recuar
Por medo do desconhecido.

E ao longo do percurso depois de semanas
E meses levado pelas minhas andanças,
E á beira de perder as estribeiras,
Quando eu finalmente adentrar em terras estrangeiras,
Através de ventos carregados de mudanças,
Eu farei do pouco muito e do breve duradouro.

E enquanto meus pensamentos voam 
Constantemente sem limites,
À medida que meus passos exaustos avançam
Às referidas alturas desse mundo tão desejado,
Eu percebo que deste lado à esperança pode ser sentida
Suavemente fluindo pelo ar novo e puro
Que eu agora cada vez mais perto pouco a pouco respiro.

Deixando para trás uma vida maltrapilha
E emocionalmente em lenta decadência,
Sem pistas para a herança do passado,
Preciso neste instante me ajustar ao equilíbrio das coisas
E quem sabe ganhar um abraço apertado 
De alguém em algum momento.
Para uma vida repleta de novas vantagens e expectativas,
Eu tenho que encontrar um lugar aqui 
Onde eu encontre a mim mesmo
E nesta nova e instável superfície dentro e fora,
Um chão firme para recomeçar meus planos novamente.

Agora que eu cheguei onde o rio corre,
Onde a natureza gentilmente repousa meu corpo sonolento
Sobre as flores que nascem exalando vida,
Eu finalmente poderei me estabelecer
De forma definitiva neste paraíso doce mel,
Então, no decorrer da noite,
Descansarei minhas pernas 
Para amanhã através da pálida neblina,
Quando os primeiros raios de sol tocar o céu,
Explodirei de alegria.

Agora o tempo atravessa os dias 
Ajustando cada momento livre,
E a quietude sobre tudo é um conforto que poucos têm,
Uma forma de aprendizagem única
Para um futuro próximo a ser conquistado.
Deus eu só tenho que presenteá-lo com o meu melhor sorriso
Como forma de minha eterna afeição e gratidão.
Deus eu só tenho que ser justo através da minha aflição...
Procurando e me encontrando...
Recomeçando e fazendo acontecer...
Vivendo e me doando...
Sem nunca deixar de ser
Quem eu sou por nada e por ninguém.

De onde eu venho é impossível contar as faces vazias,
E dentro de um olhar preto e branco,
Tudo é tão frio e estranho
Que com o passar dos anos fica cada vez mais 
Difícil sentir algum calor humano.
De onde eu venho o amor jaz perante o tempo
Por falta de contato, paciência e bom senso.
De onde eu venho para o meu desespero 
Nada se encaixa e nada ajusta,
Mas algumas mudanças já estão sendo colhidas.

De autoria de Elvis Alexandre Guedes!



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