MARCADO PARA MORRER
Vivendo a base de
comprimidos, dependente de outros vícios,
Parece que agora tudo o que
eu tenho
São migalhas de um amor alheio.
Debilitado sobre uma cama
imunda,
Meus olhos despidos da boa
vida sangram com a miséria
E a dor ao meu redor o tempo
inteiro.
No meu isolamento, na solidão
dos meus dias
A ausência de tudo me quebra por dentro,
E já são tantos pedaços
espalhados ao vento,
Que nem mesmo em outra vida
seria possível trazê-los de volta.
Nas linhas pálidas do meu
rosto,
A morte silenciosamente reflete o meu momento,
E tudo vai de mal a pior, é
verdade,
Com o tempo passando e
levando embora minha juventude,
Meus tempos de glória e minha
beleza.
Então aqui já não me resta
nada além da enfermidade,
Devorando meu corpo de dentro pra fora,
Devorando meu corpo de dentro pra fora,
Disso eu tenho certeza...
Mas você não vê,
Não, você simplesmente não
quer ver,
Não há mais razão para viver,
Eu sou,
Eu sou um homem marcado para
morrer.
Então me diz, me diz que
diferença faz,
Viver ou morrer neste mundo onde nada mais te
satisfaz.
De que adiantam todas aquelas
palavras abençoadas,
De que adianta lutar para
manter a esperança acesa,
Se já não há mais nada mais
nada em que acreditar.
Por que você não se convence
e desiste de mim?
Bem, aqui estou eu
completamente entregue
Ao desejo imenso de suicídio,
E enquanto vocês que me
odeiam lançam aos céus
Fogos de artifícios,
As finas veias do meu pulso
saltam
Ao toque frio e sutil da navalha,
Eu sinto a vida em mim se
esvaindo,
Sim, eu sinto a vida em mim
se esvaindo minuto a minuto,
E você não vê,
Não, você simplesmente não
quer ver,
Não há mais razão para viver,
Eu sou,
Eu sou um homem marcado para
morrer.
As suas idas aos domingos na
igreja,
Seus frágeis joelhos
calejados de rezar por esta alma perdida,
Meu amor me desculpe, mas eu
acho isso tudo uma grande besteira,
Porque nada disso vai curar a
minha falta de estribeira.
O meu próprio sorriso
amarelado
Zomba do meu estado decadente dia e noite,
E o câncer transforma meu
corpo em um pedaço de carne podre,
Um banquete e tanto para os vermes necrófagos.
A agulha da morte me persegue
E quanto mais eu injeto, mais
eu quero,
Minha mente entorpecida que
nada sente
Não percebe os ponteiros
nervosos do relógio
Contando as horas.
Por favor, me dê um cigarro e
uma dose,
Me dê o último de cada prazer,
Eu não suporto mais essa dor,
Senhor me jogue numa cova,
Senhor me leve logo embora.
E ainda assim você não vê,
Oh não, você simplesmente não
quer ver,
Não há mais razão para viver,
Eu sou,
Eu sou um homem marcado para
morrer.
De autoria de Elvis Alexandre Guedes!
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