CREPÚSCULO FINAL

O sempre doce e gentil sol se entristece e se afasta,
Levando embora o calor e o brilho,
Deixando para trás apenas uma luz semimorta,
E nas horas que passam de forma fúnebre
Aquela velha sensação de vazio se estabelece profundamente
Dentro de cada pensamento e sentimento.
O medo e a insegurança revelam um mau presságio.

A chuva desaba numa fria e pálida manhã de cinzas
E as lágrimas não param de cair
Entre os sonhos e desejos, 
Esperanças e vidas que se esvaem antes do tempo.
As vozes se calam diante do trágico ocorrido,
Algo está para acontecer, mas isto ainda é um grande mistério.

No decorrer do dia,
Enquanto o silêncio celebra o luto,
A morte caminha entre as almas quebradas.
Uma vasta imensidão de nada contrasta com a escuridão 
Por toda parte,
E através de ventos traiçoeiros e intimidadores
O fim se aproxima sorrateiramente.


E aos olhos mundanos que nada veem
E ao coração que julga pesado 
E não sente a leveza e a simplicidade das coisas,
As emoções forjadas no fogo esfriam 
E a fé de aço é brutalmente penetrada,
Deixando de ser a mesma de outrora.
Os anos se consomem, as nuvens despojadas de suas glórias 
Caem sobre a cabeça do destino,
Iniciando a grandeza de um espetáculo único 
E incrivelmente sombrio.

E além de tudo que se pode imaginar e realizar,
A vida é apenas uma condição humana passageira,
E de nada adianta acumular,
Quando no horizonte não há nenhum lugar para guardar 
E se esconder,
Não há um futuro para ser vivido por alguém.
Então se martirizar por prudência agora,
Em nada vai ajudar,
Quando neste instante só resta esperar por um sinal no céu,
Esperar sem saber ao certo se Ele virá para terminar o que começou através do pó da terra.

Ooh, eu tenho desejado viajar até o meu íntimo,
Mas eu nunca pareço ir.
Eu tenho desejado ir fundo no desconhecido,
Além do sopro,
E, no entanto estou parado aqui no mesmo lugar,
Sem saber por que e como tudo isto realmente vai acabar.

Ooh, eu tenho desejado viajar até o meu íntimo,
Mas eu nunca pareço ir.
Eu tenho desejado ir fundo no desconhecido,
Além do sopro,
E, no entanto estou parado aqui no mesmo lugar,
Sem saber por que e como tudo isto realmente vai acabar.

O quão longe ou perto do calvário está à verdade 
Que precisa ser ouvida?
Qual o nível de sensatez em cada atitude tomada?
O que esperar
Sobre almas boas e más,
Sobre Cristo,
Sobre este velho e desumano mundo,
Sobre como vivemos,
Sobre o crepúsculo final?

De autoria de Elvis Alexandre Guedes!

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