CORRENTES

Eu devo me odiar profundamente
A ponto de amaldiçoar a mim mesmo
Por venerar você?

A forma como você me obriga
E molesta violentamente meu corpo à noite me fazem
Rastejar de joelhos, desejando desesperadamente o fim.

Você tem um rosto de anjo
E um coração de demônio espreitando-se nas sombras.

Eu devo me culpar por deixar você me tocar
E ditar a forma como eu devo viver meus dias?

Você é um desejo voraz servindo-se o tempo todo
De toda a minha fragilidade e esperanças de viver um futuro.

Eu devo-me autoflagelar mais do você já me castiga
Por questionar e ludibriar as regras?

Eu devo cortar minha própria carne de novo,
Esmagar meus ossos sem hesitar
Para tentar despertar em você algum sorriso de satisfação?

Quando nada nunca é o bastante,
Você sempre quer mais e mais a todo instante
Mesmo quando eu estou no limite de minhas forças,
Você continua a me usar de todas as formas possíveis.

Eu, eu estou cansado de ser controlado,
Eu estou cansando de ser maltratado,
As suas palavras autoritárias me deixam nauseado,
Por Deus, então, eu espero nunca mais ouvir a sua voz.
Eu estou munido de ódio até os dentes,
E você pode tentar de qualquer maneira evitar,
Mas eu não, não vou desistir,
Eu estou preparado para fazer o que for necessário
Para me livrar de suas frias e cruéis correntes.

Eu realmente devo me odiar pela forma como você
Joga com minhas emoções?

Você me quebra e me desdém em todas as situações,
Eu estou no inferno aprisionado ao seu lado.

Eu devo continuar fingindo cegamente
Que eu estou numa espécie de terra prometida,
Sendo alimentado com ração e esterco?

Eu devo me julgar por todas as coisas 
Que eu deixo você fazer comigo,
E a forma como você me humilha e me expõe em público?

Esta é a minha vida a deriva na miséria e na dor,
Implorando por misericórdia.
Este sou eu, um verme estático,
E o que isto significa pode ser interpretado
No brilho abatido dos meus olhos.

Aqui nesta feira de ilusões que você construiu
Nenhum sentimento tem valor,
Aqui neste lugar vazio e seco de amor
Onde aqueles antes de mim que acreditaram em suas promessas
Temperadas de mentiras
Choram eternamente,
Enquanto você simplesmente brinca com os restos sem se importar,
Aqui neste mesmo lugar,
Não é possível lembrar-se de uma coisa boa 
Que você já fez por mim,
Você me faz refém de suas necessidades insanas e suicidas,
Privando-me até mesmo da morte antes do tempo certo,
Mas isso precisa acabar de um jeito ou de outro,
Os tempos estão mudando, você ainda não percebeu?

Eu, eu estou cansado de ser controlado,
Eu estou cansando de ser maltratado,
As suas palavras autoritárias me deixam nauseado,
Por Deus então, eu espero nunca mais ouvir a sua voz.
Eu estou munido de ódio até os dentes,
E você pode tentar de qualquer maneira evitar,
Mas eu não, não vou desistir,
Eu estou preparado para fazer o que for necessário
Para me livrar de suas frias e cruéis correntes.

(Repete Refrão)

Eu não quero ser mais escravo,
Eu não quero ser mais escravo de ninguém.
Eu não quero ser mais escravo,
Eu não quero ser mais escravo de ninguém.
Não, não, não...
Eu não quero ser mais escravo,
Eu não quero ser mais escravo de ninguém.
Eu não quero ser mais escravo,
Eu não quero ser mais escravo de ninguém.
Não, não, não...


De autoria de Elvis Alexandre Guedes!

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