PARA TODOS NÓS

Vi
Você se virar lentamente
Em direção ao grande e velho sol
Como se estivesse dizendo adeus.
De repente,
Senti
A doce brisa passar e desaparecer no infinito,
Deixando apenas um sentimento de angústia
E medo pairando no ar.

Procurando...
Eu tenho que saber o que você esconde,
E no fundo dos seus olhos pálidos e assustados,
Eu encontrei a resposta.
Embora você ainda se mantenha calado,
Suspeitas de múltiplos e diferentes holocaustos,
Mundo á fora,
Transcende através do silêncio de suas palavras,
Escurecendo o meu futuro,
E deixando-me a par de tudo.

Enquanto isso...
No mesmo instante,
Envolvido pela única razão
Que une uma vida à outra vida,
E questiona...
Eu, eu penso sobre a decadência humana,
E me preocupo
Com a falta de amor para com o próximo.

Essas advertências...
Vindas de todos os lados,
Elas atacam repetidamente,
 Mas não conseguem penetrar,
Nas mentes corrompidas
 E nos corações de pedras.
Cada ato insano e cruel
Alimentado pela mentira 
E pelo ódio cego,
Deixam sentimentos puros
Cada vez mais
Profundos e frios como a lama.
Alguém, alguém pode dizer,
Por que a vida está valendo cada vez menos?
Será que a raça humana com os seus excessos
Está simplesmente desistindo da incrível dádiva de respirar?

Então,
Uma lágrima
Caiu dos meus olhos,
Mas isso não deveria ser assim,
Quando tudo que devemos fazer 
É ter certeza que continuaremos
Comportando-nos bem uns com os outros.
Por que não agimos desse jeito o tempo todo?
Tudo seria tão perfeito e maravilho
Para mim e para você,
Acredite,
É verdade
Como um e um são dois.

Mas, contudo parece que tudo continuará
Do jeito que está,
Sem nenhum sinal de mudança ou esperança,
O derradeiro fim bate a porta de toda a criação divina,
Deus,
Perdemos a fé em tudo que é sagrado,
E agora,
Corpos se dissolverão na chuva ácida
E no fogo púnico...
Deus,
Milhões e milhões de pedidos de perdão
Contidos em orações desesperadas
 Acumular-se-ão no céu e no inferno.
O que nós faremos,
Quando não passamos de migalhas
De peso sem valor?

A noite desce fria e desolada,
Revelando em seu brilho noturno
Estandartes malignos por toda parte,
E cada pessoa separada ou em pares,
Corre, corre, corre...
Para fugir e se esconder do próprio reflexo
 De seus atos insensatos.
Não haverá salvação
Para cinzas e diamantes?

Apesar de todo o perigo,
Eu, eu acho...
Que ouvi você sussurrar
 Três vezes:
“Fique um pouco mais.”
Fique um pouco mais,
Fique um pouco mais...
Uma voz tão suave e peculiar
Quebrando profundamente o silêncio aqui dentro,
 E desencadeando,
Memórias de um tempo tão íntimo e fugaz.
Memórias
Ecoando a margem de um desejo que arde em chamas
Por algo que nunca conseguiu de verdade.

Porque presa em um mundo doente
E sozinha,
Você sabe que você simplesmente não pode vencer.
Mas me diga...
Você ainda se lembra de como nós costumávamos ser?
Você acha que deveríamos nos aproximar
Mesmo com o destino
Da humanidade em total declínio?
O que nós podemos fazer com tão pouco tempo
Que não fizemos antes?

Por que você ainda continua sussurrando?
Por que você ainda continua sussurrando isso desta forma?
A sua voz ecoa
Pausadamente e repetidamente...
Fique...
Fique um pouco mais...

Fique um pouco mais,
Fique um pouco mais,
Fique um pouco mais,
Fique um pouco mais,
Só um minuto...

Mesmo ciente de certo desconforto,
O que você ganha fingindo que o perigo não é real?
Agora as coisas são o que realmente parecem ser,
Então, não há mais tempo para tentar viver
 Uma estranha utopia,
Porque...
Infelizmente...
 O fim...
Chegou...
Para todos nós.

De autoria de Elvis Alexandre Guedes.

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