VELHO MUNDO
Apenas um dia qualquer,
Tentando ser perfeito.
Apenas mais um dia
Com tantos planos e sonhos
Levados pelos rios da vida.
Apenas um dia isolado e de raro brilho reluzente,
Desejando adentrar meus olhos na escuridão.
Apenas mais um dia estranho e peculiar,
Sem nenhuma noticia do amanhã,
E que tão subitamente compensa
Os minutos perdidos e confusos
Com um imenso vazio.
Apenas um dia cinzento,
Sangrando na ponta de um futuro incerto,
Tentando me colocar no tempo certo
De quase tudo que se esvai com as estações do ano,
Mas eu não, eu não devo sentir medo,
Dúvidas ou até mesmo
Algum tipo de arrependimento,
Porque andando pelas ruas desta cidade fúnebre
E de dor lancinante,
Eu, eu não passo de um principiante absoluto,
Sem nada a perder,
E sem nenhuma razão para permanecer
Por mais um segundo no mesmo lugar.
Então eu penso no fim
E no tempo que resta.
Então eu penso na falta que faz
Alguém para completar
A razão de ser tudo que eu sou,
E de fazer todas as coisas que eu faço,
Mas agora nada disso importa.
Não, não, não...
Para quem passou a vida toda
Quase como um louco em cima do muro
Esperando uma passagem só de ida para o inferno,
Para quem jogou todas as chances
De fazer algum reparo no precipício,
Isto é como já nascer morto.
Então vamos lá velho mundo,
Este é o momento,
Desabe seus pesares nos meus ombros,
Você já suportou demais os meus problemas.
Vamos lá velho mundo,
Você me ensinou tudo sobre resistência,
Mas nada sobre sobrevivência.
Vamos lá velho mundo,
Olhe mais uma vez no fundo
Dos meus pálidos olhos azuis
E leve-me para de baixo de seus escombros...
Nós nunca fomos bons amigos,
Nós nunca fomos bons amigos,
Nós nunca fomos bons nisso de verdade,
E apesar de todo o perigo,
Será que eu deveria mesmo sentir muito por isso?
Oh, velho mundo,
Você sente por tudo?
Tolos semeiam o fim sem experimentar
O gosto do inicio,
Perdem-se pelo longo caminho dentro de si mesmo
E culpam o desconhecido,
Procurando desesperadamente por respostas
Sem nunca antes procurar entender
O universo e seus efeitos.
Oh, velho mundo,
Você consegue perdoá-los,
Como Cristo perdoa todos aqueles
Que cometem excessos?
Oh, velho mundo,
Apenas diga.
De autoria de Elvis Alexandre Guedes!
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